01/11/07

Sonho inquieto

Numa breve manhã da minha vida
Julguei sentir a tua luz penetrar
Pela penumbra da alma escurecida
Que eu nunca consegui iluminar.

Surgiste numa aragem destemida
Que soprou um enigma desfeito;
E quando olhei a tua mão estendida
O meu pecado tornou-se perfeito.

Lamentei que não estivesses perdida
No sonho inquieto daquele meu dia,
Mas louvei essa ilusão adormecida
Que despertou a tua serena harmonia.

Sempre que tu descobres a vida
Eu vejo a minha cegueira invisível,
Mas entendo a poesia indefinida
Que tu sentiste nesse dia insensível.

Abril 1994 ©